O trovão ecoou por todos os aposentos da mansão. Há já muito tempo que a propriedade dos Alves Antunes não acordava com tamanha tempestade. O vento e a chuva faziam as janelas tremer nos seus caixilhos de uma forma bruta e intensa. Nos estábulos, os cavalos relinchavam horrivelmente, demonstrando o seu pavor. À entrada da mansão, o chão havia sido coberto pelos cacos dos encantadores dálmatas de loiça que Madame Antunes havia comprado numa loja de decoração em Paços de Ferreira. Parecia o inferno.
Rosélia acordou sobressaltada com um relâmpago que não devia ter caído muito longe da sua janela. De imediato, salta da sua cama e coloca-se de joelhos em frente ao crucifixo em ouro de 24 quilates que sua tia, a Soror do Convento de Campo Maior, lhe havia trazido do Vaticano e que tinha sido benzida pelo Papa. Fez oito orações a Santa Bárbara, quatro à Nossa Senhora de Fátima e, por força do hábito, rezou duas Avé Marias e um Pai Nosso. Levantou-se, ainda assustada, e foi-se ver ao espelho. Como se encontrava bonita. Seus cabelos loiros caíam em cachos sobre os seus ombros desnudados. Na sua face, de tez perfeita e marmórea, encontravam-se os mais lindos olhos, de um verde profundo, que todo o Portugal havia visto. Mas o seu corpo, esse, era a mais bela jóia do tesouro que era Rosélia. De uma perfeição tal, que apenas poderia ser comparada ao corpo de uma estátua de Bernini e mesmo essa sairia a perder. Todo ele era uma formosura. As suas pernas eram elegantes e bem torneadas, devido à equitação que praticava; a sua cintura era de uma finura espantosa e por entre a camisa de noite da Hello Kitty, adivinhavam-se as curvas provocadoras de uma bela jovem de dezoito anos, que culminavam nos mais maravilhosos seios deste mundo, seios esses que muitas das colegas de Rosélia, verdes de inveja, juravam a pés juntos que eram de silicone e tinham sido feitos numa clínica em Badajoz. Em suma, Rosélia de Castro Laurinda dos Alves Antunes era uma Vénus.
Após namorar o espelho por uns bons vinte minutos, Rosélia dirigiu-se ao seu quarto de banho, afim de se deleitar num prolongado banho de imersão. Sentia-se suja. Durante a noite, tivera mais um dos seus sonhos pecaminosos que ultimamente lhe pareciam atormentar o sono. Sentia-se envergonhada só de pensar neles e nunca por nunca os contaria a ninguém. “O que me deu para sonhar com estas… coisas?”, perguntava-se ela amedrontada consigo própria. De súbito, desfez-se em lágrimas. Imaginou por momentos a reacção de seus pais se estes porventura descobrissem que a sua filha, que havia sido educada no mais puro dos ambientes católicos e que frequentava o Colégio das Salesianas de Santa Maria Descalça, de noite sonhava que era possuída por camionistas e que, pior, após o coito comia tremoços e bebia cerveja. Sua mãe iria parar a um hospital em coma profundo e seu pai daria um tiro na cabeça. Como é que uma menina, que na sua Primeira Comunhão havia se posto aos pés do Senhor e lhe havia jurado que manteria a sua pureza até ao dia do seu casamento, tinha aqueles sonhos repletos de luxúria e de, por mais que lhe custasse admitir, prazer? Fixou-se então nesta última sensação que lhe aflorou no pensamento. Prazer. Como é que ela sabia o que era o prazer da carne se nunca, pelo menos acordada, o tinha experimentado? Já tinha ouvido histórias de colegas que tinham quebrado os seus votos e se tinham entregue aos namorados. Estas contavam como tinham sentido um prazer inexplicável. “Ouça Rosélia, você não ‘tá bem a ver! É que eu senti um calor pelas pernas acima que… Jesus! Parecia que tinha chegado ao Céu mas que ao mesmo ‘tava a arder no fundo dos infernos! Deus tende piedade de mim!”, descreviam elas entre o envergonhado e o orgulhoso. “Foram possuídas por Lúcifer, coitadas…” pensava Rosélia delas sem nunca imaginar que neste momento se sentiria assim. Tentou afastar estes pensamentos e mergulhou o seu corpo na água quente e perfumada. Lá fora, a tempestade continuava e parecia não dar sinais de que fosse parar. Não conteve um sorriso triste ao aperceber-se que o estado meteorológico reflectia o seu estado de espírito.
Já lavada mas ainda um pouco tensa, Rosélia pega na sua toalha e começa a esfregar-se com brusquidão na esperança de livrar-se do pecado em que estava possuída. È então que algo de terrível acontece: ao limpar as suas partes pudicas dá um esticão com a toalha tão forte, que vê-se invadida por uma intensa onda de calor, seguida de uma tontura que faz com que perca as suas forças e caia de joelhos nos azulejos cor-de-rosa bebé, comprados na Moviflor por Madame Antunes. Já no chão, solta um gemido tão alto que chega a sobrepor o som dos trovões que ribombam no exterior. Acabara de ter um orgasmo.
Rosélia acordou sobressaltada com um relâmpago que não devia ter caído muito longe da sua janela. De imediato, salta da sua cama e coloca-se de joelhos em frente ao crucifixo em ouro de 24 quilates que sua tia, a Soror do Convento de Campo Maior, lhe havia trazido do Vaticano e que tinha sido benzida pelo Papa. Fez oito orações a Santa Bárbara, quatro à Nossa Senhora de Fátima e, por força do hábito, rezou duas Avé Marias e um Pai Nosso. Levantou-se, ainda assustada, e foi-se ver ao espelho. Como se encontrava bonita. Seus cabelos loiros caíam em cachos sobre os seus ombros desnudados. Na sua face, de tez perfeita e marmórea, encontravam-se os mais lindos olhos, de um verde profundo, que todo o Portugal havia visto. Mas o seu corpo, esse, era a mais bela jóia do tesouro que era Rosélia. De uma perfeição tal, que apenas poderia ser comparada ao corpo de uma estátua de Bernini e mesmo essa sairia a perder. Todo ele era uma formosura. As suas pernas eram elegantes e bem torneadas, devido à equitação que praticava; a sua cintura era de uma finura espantosa e por entre a camisa de noite da Hello Kitty, adivinhavam-se as curvas provocadoras de uma bela jovem de dezoito anos, que culminavam nos mais maravilhosos seios deste mundo, seios esses que muitas das colegas de Rosélia, verdes de inveja, juravam a pés juntos que eram de silicone e tinham sido feitos numa clínica em Badajoz. Em suma, Rosélia de Castro Laurinda dos Alves Antunes era uma Vénus.
Após namorar o espelho por uns bons vinte minutos, Rosélia dirigiu-se ao seu quarto de banho, afim de se deleitar num prolongado banho de imersão. Sentia-se suja. Durante a noite, tivera mais um dos seus sonhos pecaminosos que ultimamente lhe pareciam atormentar o sono. Sentia-se envergonhada só de pensar neles e nunca por nunca os contaria a ninguém. “O que me deu para sonhar com estas… coisas?”, perguntava-se ela amedrontada consigo própria. De súbito, desfez-se em lágrimas. Imaginou por momentos a reacção de seus pais se estes porventura descobrissem que a sua filha, que havia sido educada no mais puro dos ambientes católicos e que frequentava o Colégio das Salesianas de Santa Maria Descalça, de noite sonhava que era possuída por camionistas e que, pior, após o coito comia tremoços e bebia cerveja. Sua mãe iria parar a um hospital em coma profundo e seu pai daria um tiro na cabeça. Como é que uma menina, que na sua Primeira Comunhão havia se posto aos pés do Senhor e lhe havia jurado que manteria a sua pureza até ao dia do seu casamento, tinha aqueles sonhos repletos de luxúria e de, por mais que lhe custasse admitir, prazer? Fixou-se então nesta última sensação que lhe aflorou no pensamento. Prazer. Como é que ela sabia o que era o prazer da carne se nunca, pelo menos acordada, o tinha experimentado? Já tinha ouvido histórias de colegas que tinham quebrado os seus votos e se tinham entregue aos namorados. Estas contavam como tinham sentido um prazer inexplicável. “Ouça Rosélia, você não ‘tá bem a ver! É que eu senti um calor pelas pernas acima que… Jesus! Parecia que tinha chegado ao Céu mas que ao mesmo ‘tava a arder no fundo dos infernos! Deus tende piedade de mim!”, descreviam elas entre o envergonhado e o orgulhoso. “Foram possuídas por Lúcifer, coitadas…” pensava Rosélia delas sem nunca imaginar que neste momento se sentiria assim. Tentou afastar estes pensamentos e mergulhou o seu corpo na água quente e perfumada. Lá fora, a tempestade continuava e parecia não dar sinais de que fosse parar. Não conteve um sorriso triste ao aperceber-se que o estado meteorológico reflectia o seu estado de espírito.
Já lavada mas ainda um pouco tensa, Rosélia pega na sua toalha e começa a esfregar-se com brusquidão na esperança de livrar-se do pecado em que estava possuída. È então que algo de terrível acontece: ao limpar as suas partes pudicas dá um esticão com a toalha tão forte, que vê-se invadida por uma intensa onda de calor, seguida de uma tontura que faz com que perca as suas forças e caia de joelhos nos azulejos cor-de-rosa bebé, comprados na Moviflor por Madame Antunes. Já no chão, solta um gemido tão alto que chega a sobrepor o som dos trovões que ribombam no exterior. Acabara de ter um orgasmo.
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